terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Hospital Escola São Francisco de Assis - Rio de Janeiro

Esse blog é um velho "projeto" que tenho sobre a história do Brasil. Sempre fui amante desse assunto e sempre gosto de me aprofundar em algumas coisas. O primeiro assunto vou falar sobre uma construção localizada no centro do Rio de Janeiro que desde quando me mudei pra cá, em 2007, está em ruínas. Trata-se do Hospital Escola São Francisco de Assis, administrada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e tombada pelo Instituto do Patrimonio Histórico e Artistico Nacional. Inúmeras vezes seus problemas foram parar nos principais jornais, mas não houve melhoras na construção por problemas administrativos. E acredite, o "hospital" está funcionando a todo vapor.

O que era?
Em 1875, a construção, oferecida ao governo pelo arquiteto Radmarker Grunewald, foi idealizada para ser o Asilo de Mendicidade. A Princesa Isabel, então regente, assentou a pedra fundamental do edifício, situado à Rua Visconde de Itaúna, no mangue, em 06 de agosto de 1876 e em 1879 o asilo teve parte inaugurada pelo Imperador D. Pedro II. Em 1892 foi passado para a administração da Prefeitura do Rio de Janeiro. Em 1894, teve seu regulamento alterado e com isso teve seu nome modificado para Asilo São Francisco de Assis porque o Ministro a Justiça, Freitas Henriques, achava aquele nome humilhante para os internatos apesar de corresponder as finalidades da Instituição. Junto com a transferência para a nova administração veio a primeira reforma. O asilo foi ampliado para receber pacientes diferenciados com 400 leitos.
Em 1920 a administração do prédio voltou para o governo federal e com mais uma reforma de ampliação, se tornou o Hospital Geral de Assistência do Departamento Nacional de Saúde Publica. Inaugurado em 7 de novembro de 1922, com o nome de Hospital Escola São Francisco de Assis (HESFA), no governo do Presidente Epitácio Pessoa. Com a construção do novo Hospital Universitário em 1978, o prédio de 100 anos foi desativado. Em 1988 voltou a funcionar para abrigar as vítimas idosas da Casa de SAÚDE Santa  Genoveva que desabou parcialmente, devido as chuvas que caíram na cidade do Rio de Janeiro.

Como está?

O Hospital, que voltou a funcionar em 1988, funciona a todo vapor, mesmo sendo uma ruína. As condições internas devem ser extremamente melhores do que as externas. Hoje o HESFA é destaque no país por causa de sua reabilitação pela assistência diferenciada. É o maior hospital público com esse serviço no sudeste e é o único com 100 leitos ativos. 


Deveria ser crime manter um prédio público e histórico (com agravantes se fosse tombado) nesse estado que vemos hoje. Podemos ver que o hospital tem mais história do que presente e que não deveria ser esquecido. Não dá para imaginar que esse prédio hoje ainda funciona e que ninguém se importa com o estado crítico que apresenta. No final de 2011 foi noticiado que as obras de restauração começariam em 90 dias e até hoje nem cheiro de tinta na faixada do hospital. Um país decente não deve esquecer sua história e infelizmente o Brasil com o passar do tempo não vai mais nem se lembrar do nome do primeiro europeu que pisou por aqui.

Fonte:
Portal MEC (http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/hefranc.pdf)

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